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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Os Sete Melhores Filmes de Terror Baseados em Fatos Verídicos


"Terror em Amityville" (1979):  O filme acompanha a história de George e Kathy Lutz e de seus três filhos. A família se muda para a cidade de Amityville, na casa em que Ronald DeFeo Jr. matou seus pais e quatro irmãos a tiros.

George é o mais afetado pela força maligna que existe na casa, o que o torna uma ameaça para sua família. Os Lutz ficaram apenas quatro semanas na casa.

"O Exorcista" (1973): A história do exorcismo da jovem Regan foi baseada nas mais de 30 sessões que o padre Raymond Bishop fez com um garoto anônimo de 13 anos, que recebeu o "nome" de Roland Doe.

Em seu diário, o padre relatou os eventos sobrenaturais que aconteceram durante os exorcismos. Móveis que se moviam sozinhos e distorção do corpo e voz de Ronald estavam entrem as anotações. O garoto sobreviveu as sessões.

"O Exorcismo de Emily Rose" (2005): os acontecimento retratados no filme aconteceram na Alemanha, nos anos 1970. Annelise Michel (a verdadeira Emily Rose) começou a apresentar sintomas de possessão demoníaca aos 16 anos, como paralisia e auto-abuso. Porém, na mesma época, a garota foi diagnosticada com epilepsia.

Annelise morreu de fome aos 23 anos, enquanto os padres Ernest Alt e Arnold Renz realizavam uma sessão de exorcismo. Tanto os religiosos como os pais da garota foram julgados, e culpados, por homicídio involuntário. A história foi muito discutida por colocar em confronto a teologia e a ciência.

"Wolf Creek - Viagem ao Inferno" (2005):  este longa de terror australiano conta a história de três das sete vítimas do serial killer Ivan Milat. O assassino perseguia mochileiros perto da região da Floresta Estadual de Belanglo nos anos 1990. Em seu julgamento, Milat disse que caçava os jovens antes de matá-los e que a escolha das vítimas era aleatória.


"Evocando Espíritos" (2009): Os eventos retratados no filme foram inspirados nas experiências da família Snedeker nos anos 1880. Eles se mudaram para o Estado de Connecticut, EUA,  para que o filho, Philip, pudesse ficar perto da clínica onde se tratava de um câncer.

A família descobria que a casa que haviam alugado era um necrotério. Philip, cada vez mais fraco em consequência do tratamento, começou a afirma que o local era assombrado. Por fim, os Snedeker resolveram abandonar a residência.

"Gêmeos: Mórbida Semelhança" (1988):  Este longa de suspense e terror dirigido por David Cronenberg foi inspirados nos gêmeos idênticos Stewart e Cyril Marcus. Os irmãos, que moravam em Nova York, dividiam tudo: desde a profissão de ginecologistas até o vício em barbitúricos. Eles foram encontrados mortos no apartamento que dividiam em 1975, com os corpos já em estado de decomposição.

"A Vizinha" (2007): O filme se inspirou na morte da jovem Sylvia Likens, no Estado de Indiana, EUA, nos anos de 1965. A garota foi deixada por seus pais, um casal de trabalhadores de circo, aos cuidados de Gertrude Baniszewski.

Junto de seus dois filhos, e alguns vizinhos, Baniszewski torturou Likens até a morte. A garota resistiu o abuso por um total de três meses. A história ficou conhecida como "o crime mais violento já cometido no Estado de Indiana".

domingo, 1 de dezembro de 2013

Morte do ator Paul Walke

A Vida é muito irônica mesmo, o ator Paul Walke de velozes e furiosos que sempre fazia filmes de ação realizandos rachas e manobras em alta velocidades em filmes teve sua vida tirada de forma tragica em um acidente de carro. Cuidado com o destino ele brinca com as pessoas... R.I.P Paul !

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Annabelle: A Boneca Demoníaca

Você acredita em objetos possuídos? Amaldiçoados? E em bonecas assombradas que se mexem sozinhas e podem até matar? Não??? Parece história de filme de terror, eu sei... Mas meu amigo, pode acreditar! Esta é uma história real e assustadora sobre uma boneca estilo chamada Annabelle.


A maldição da Boneca do Diabo mantida no Museu Ocultista dos Warren.

 
Em 1970, uma mãe comprou uma antiga bonecaRaggedy Ann* de uma Hobby Store (Loja especializada em bonecas de coleção). A boneca foi um presente para sua filha, Donna, em seu aniversário. Donna, na época, era uma estudante na faculdade, preparando-se para formar-se em enfermagem e residia em um apartamento minúsculo com sua companheira de quarto Anngie (uma enfermeira também). Contente com a boneca, Donna a colocou em sua cama como uma decoração e não lhe deu maior atenção até alguns dias mais tarde. Com o tempo, Donna e Angie notaram que parecia haver algo de muito estranho e assustador com a boneca. A boneca, aparentemente, movia-se sozinha, num primeiro momento movimentos relativamente imperceptíveis, como uma mudança de posição, mas com o tempo o movimento se tornou mais perceptível. Donna e Angie vinham para casa e encontravam a boneca em uma sala completamente diferente da que a haviam deixado. Às vezes, a boneca era encontrada de braços e pernas cruzadas no sofá, outras vezes era encontrada na posição vertical, em pé, encostada em uma cadeira na sala de jantar. Várias vezes Donna colocava a boneca no sofá antes de sair para o trabalho, e quando voltava para casa encontrava a boneca de volta em seu quarto sobre a cama com a porta fechada.

As Mensagens


Annabelle, a boneca, não só se mexia, mas escrevia também. Com cerca de um mês de experiências, Donna e Angie começaram a encontrar mensagens à lápis sobre um papel de pergaminho onde lia-se "Ajude-nos" e"Ajude Lou". A escrita à mão parecia pertencer a uma criança pequena. A parte assustadora sobre as mensagens não eram os textos, mas a maneira como eles foram escritos. Naquela época, Donna não tinha papel de pergaminho em sua casa, onde as mensagens foram escritas. Então, de onde veio isso?


A Médium


Uma noite, Donna voltou para casa e encontrou a boneca novamente em uma posição diferente da que havia deixado, desta vez em sua cama. Donna descobrira que isso era típico da boneca, mas de alguma forma ela sabia que desta vez era diferente, algo não estava certo. Uma sensação de medo tomou conta dela quando, ao inspecionar a boneca, viu o que pareciam gotas de sangue na parte de trás de suas mãos e em seu peito. Aparentemente, do nada, uma substância líquida e vermelha apareceu na boneca. Assustada e desesperada Donna e Angie decidiram que era hora de procurar aconselhamento especializado.

Sem saber para onde ir, elas contactaram uma médium e uma sessão foi realizada. Donna foi então apresentada ao espírito de Annabelle Higgins. A médium relatou a história de Annabelle para Donna e Angie. Annabelle era uma jovem que residia na propriedade antes dos apartamentos serem construídos, aqueles foram "momentos felizes". Ela era uma menina de apenas sete anos de idade quando seu corpo sem vida foi encontrado no campo em que o complexo de apartamentos estava agora.
O espírito relatou à médium que ela se sentiu confortável com Donna e Angie e queria ficar com elas e ser amada. Sentindo compaixão por Annabell e sua história, Donna permitiu que a boneca continuasse “possuída” para que Annabell pudesse ficar com elas. No entanto, elas logo descobriram que Annabelle não era o que parecia ser. Isso não era um caso comum e definitivamente aquela não era uma boneca comum.


O relato de Lou




Lou era amigo de Donna e Angie e tinha estado com elas desde o dia em que a boneca chegou. Lou nunca gostou da boneca e em várias ocasiões advertiu Donna que ela era do mal e era para livrar-se dela. Porém, Donna tinha um laço de compaixão com a boneca e sem dar muito crédito aos “sentimentos” de Lou, manteve a boneca. Mas a decisão de Donna, ao que parece, foi um erro terrível.

Lou acordou uma noite de um sono profundo e em pânico. Mais uma vez ele teve um pesadelo recorrente. Só que desta vez, de alguma forma, algo parecia diferente. Era como se ele estivesse acordado, mas não podia se mover. Ele olhou ao redor da sala, mas não podia discernir nada fora do comum, e então aconteceu. Olhando para baixo em direção a seus pés, ele viu a boneca, Annabelle. Ela começou a deslizar lentamente subindo por sua perna, depois sobre seu peito e então parou. Em poucos segundos a boneca começou a estrangulá-lo. Paralisado e ofegante Lou, no ponto de asfixia, apagou. Lou acordou na manhã seguinte, certo de que não era um sonho, ele estava determinado a livrar-se da boneca e do espírito que a possuía. Lou, no entanto, teria mais uma experiência terrível com Annabelle.

Preparando-se para uma viagem no dia seguinte, Lou e Angie estavam olhando mapas sozinhos em seu apartamento. O apartamento parecia estranhamente silencioso. De repente, sons de farfalhar vindos da sala de Donna despertou o medo de que alguém poderia ter entrado no apartamento. Lou, determinado a descobrir quem ou o que estava ali, foi caminhando calmamente para a porta do quarto. Ele esperou que os ruídos parassem antes de entrar e acender a luz. A sala estava vazia, exceto por Annabelle que estava jogada no chão, no canto.

Lou vasculhou a sala procurando por sinais de uma entrada forçada, mas nada estava fora do lugar. Porém, conforme ele se aproximava da boneca, teve a nítida impressão de que alguém estava atrás dele. Ao se virar rapidamente, percebeu que não havia mais ninguém lá. Logo em seguida, em um flash ele se viu agarrando seu peito, se encurvando de dor, com cortes e sangrando. Sua camisa estava manchada de sangue e ao abrir a camisa, lá no seu peito, estava o que parecia ser sete marcas de garras distintas, três na vertical e quatro na horizontal, todas estavam quentes como queimaduras. Essas marcas se curaram quase imediatamente, no dia seguinte já estavam bem fracas e no segundo dia já haviam desaparecido completamente.

A Conclusão


Padre Cooke, embora desconfortável com seu papel de um exorcista, concordou em realizar o ritual de exorcismo de sete páginas, uma doutrina que ele recitou em todo o apartamento até o ponto em que os Warren estavam confiantes de que a entidade não mais residia lá. Eles concordaram em levar a boneca de pano de volta para casa com eles. Antes de ir, Ed colocou a boneca no banco de trás do carro e concordou que não iria dirigir pela interestadual, no caso de o espírito não-humano ainda residir com a boneca.


Suas suspeitas foram todas confirmadas, os Warren sentiram-se como objetos de um ódio vicioso. Então, em cada curva perigosa o carro patinava e morria causando falha na direção hidráulica e nos freios. Repetidamente o carro beirava a colisão. Ed então parou o carro, foi até o banco de trás e pegou, em sua bolsa preta, um frasco de água benta e encharcou a boneca fazendo o sinal da cruz sobre ela. Os distúrbios pararam imediatamente e os Warren chegaram em casa em segurança.

Após os Warren chegarem em casa, Ed sentou a boneca em uma cadeira ao lado de sua mesa. A boneca levitou várias vezes no início, em seguida, ela parecia cair inerte. Durante as semanas que se seguiram, no entanto, a boneca começou a aparecer em várias salas da casa. Quando os Warren saiam e deixavam a boneca trancada no edifício exterior, eles muitas vezes voltavam e quando abriam a porta da frente encontravam a boneca sentada confortavelmente em cima de cadeira de Ed. A boneca também mostrou um ódio por clérigos que vieram até a casa.

sábado, 9 de novembro de 2013

Os Melhores Filmes de Todos os Tempos...

Dei de cara com uma edição especial da Revista Mundo Estranho sobre terror numa banca, na semana passada. A bem vinda publicação fala sobre o gênero narrativo em livros, mangás, games e filmes (é claro). Entre perfis de diretores consagrados e curiosidades há uma lista com as obras cinematográficas mais assustadoras de todos os tempos.


Veja a lista abaixo e tire suas próprias conclusões:

1) O Exorcista (1973)
2) A Bruxa de Blair (1999)
3) A Profecia (1976)
4) Sexta-feira 13 (1980)
5) A Hora do Pesadelo (1984)
6) O Iluminado (1980)
7) Atividade Paranormal (2008)
8) Halloween – A Noite do Terror (1978)
9) O Silêncio dos Inocentes (1991)
10) Poltergeist – O Fenômeno (1982)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Invocação do Mal 2 também será Baseados em Fatos Reais.





Uma das maiores bilheterias do ano (mais de US$ 110 milhões) já tem sequência definida. Nenhuma notícia ainda sobre a pré-produção, datas ou elenco. A Warner, no entanto, já sabe qual a nova história baseada em um caso real filmará: “O Poltergeist de Enfield”.


Esse é um dos casos paranormais mais famosos e arrepiantes da história, que também foi narrado pelo casal de demonólogos Lorraine e Ed Warren (personagens do primeiro filme), mas registrado pelos investigadores Maurice Grosse e Guy Lyon Playfair, membros da Society for Psychical Research.

Tudo começou em 1977, em Enfield, Londres, Inglaterra. A senhora Peggy Harper vivia com seus quatro filhos (se você tem uma filharada aí fique atento) em uma casa alugada.

Fenômenos bizarros, então, tiveram início. Janet, de 11 anos, viu algo se mexendo em seu quarto e achou estranho. Depois foi a vez de Margaret, de 12, também notar algo fantasmagórico, como a materialização de objetos, móveis voando, ventos gelados e até alguns pequenos incêndios. Certa noite, os garotos Johnny, de 10, e Billy, de 7, apavorados, chamaram seus pais para ver “algo acontecendo” com Janet. E esse “algo” foi um transe seguido da levitação da menina. Fato que começou a ocorrer com frequência. A voz de Janet também mudava.

Chamados, os pesquisadores da SPR trataram de instalar câmera de disparo automático pela casa, mas principalmente no quarto da garota, onde acontecia o que eles acreditavam ser uma possessão do poltergeist.

Muitas imagens foram divulgadas, mas a veracidade de tudo aquilo – assim como o caso da família Perron (“Invocação do Mal”) e quase todos os outros trocentos casos de paranormalidade no mundo – nunca foi comprovada de fato.

Embora isso não signifique absolutamente nada quando os produtores, roteiristas e diretores acertam a mão. E, caso o diretor volte a ser James Wan, as possibilidades de você dormir com medo novamente são ótimas.

Aos aventureiros do outro mundo, eis um vídeo com o áudio em que um dos investigadores conversa com a entidade. Verdade ou mentira, não deixa de ser meio perturbado!! Veja o Vídeo Abaixo:

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Marilyn Manson - This Is Halloween


"Jack Esqueleto pode te pegar por trás e
Gritar como um espírito
Fazer você pular fora da sua pele
Isto é o Halloween! Todos gritam
Por favor, abra caminho para um cara especial..."

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Missa Das Sombras

















Eis que o sacristão da igreja de Santa Eulália, em Neuville-d'Aumont, me contou debaixo da latada do Cavalo-Branco, numa bela noite de verão, bebendo uma garrafa de velho vinho, à saúde de um morto muito abastado, que ele havia enterrado honrosamente naquela manhã mesma, sob um tecido cheio de belas lágrimas de prata.

Meu finado e pobre pai (quem fala é o sacristão) foi, em vida, coveiro. Era de humor agradável, e isso sem dúvida decorria de sua profissão, porque se tem reparado que as pessoas que trabalham nos cemitérios possuem espírito jovial. A morte não os atemoriza absolutamente; jamais se preocupam com ela. Eu, que lhe estou falando, senhor, penetro num cemitério, à noite, tão serenamente quanto no caramanchão do Cavalo-Branco. E se, por acaso, encontro um espectro, não me inquieto absolutamente com isso, porque reflito que ele pode perfeitamente ir cuidar de seus negócios, da mesma forma que eu dos meus. Conheço os hábitos dos mortos e seu caráter. Sei a tal respeito coisas que os próprios sacerdotes ignoram. E o senhor ficaria surpreso se lhe contasse tudo que tenho visto. Mas, nem todas as verdades são próprias para serem contadas, e meu pai, que, todavia, gostava de narrar histórias, não revelou a vigésima parte do que sabia. Em compensação, repetia muitas vezes as mesmas narrativas e ao que eu saiba, relatou bem umas cem vezes a aventura de Catarina Fontaine.

Catarina Fontaine era uma velha solteirona, que ele se lembrava de ter visto em criança. Não me surpreenderia se ainda houvesse na região, até, uns três velhos que ainda se recordem de ter ouvido falar a seu respeito, porque ela era muito conhecida e considerada, embora pobre. Morava numa esquina da Rua das Freiras, na torrezinha que o senhor ainda pode ver e que depende de um velho palacete arruinado, que dá para o jardim das Ursulinas. Há nessa torrezinha, figuras e inscrições meio apagadas. O falecido pároco de Santa Eulália, Levasseur, dizia aí estar escrito, em latim, que "o amor é mais forte que a morte". O que se refere, acrescentava, ao amor divino.

Catarina Fontaine vivia sozinha nessa pequena habitação. Fazia rendas. O senhor sabe que as rendas de nossa região eram, antigamente, muito afamadas. Não se conheciam parentes ou amigos seus. Dizia-se que amara, aos dezoito anos, o jovem cavaleiro d'Aumont com quem noivara secretamente. Mas as pessoas de bem não queriam acreditar absolutamente nisso e diziam tratar-se de uma história que fora imaginada, porque Catarina Fontaine lembrava mais - uma dama, que uma operária, conservava sob seus cabelos brancos os vestígios de uma grande beleza, possuía um ar triste e se lhe podia ver, na mão, um desses anéis em que o ourives colocara duas mãozinhas unidas e que era costume outrora os noivos trocarem. O senhor saberá, daqui a pouco, o que isso significa.

Catarina Fontaine vivia santamente. Freqüentava as igrejas e, todas as manhãs, qualquer que fosse o tempo, ia ouvir a missa de seis horas, em Santa Eulália.

Ora, uma noite de dezembro, quando ela estava deitada em seu pequeno quarto, foi despertada pelo toque dos sinos; certa de estarem eles anunciando a primeira missa, a piedosa senhora vestiu-se e desceu à rua, onde a noite era tão fechada que se não viam absolutamente as casas; claridade alguma era perceptível, no céu negro. E reinava tamanho silêncio nessas trevas - que nem penso um cão ladrava ao longe - que a pessoa se sentia completamente separada do mundo dos vivos. Mas Catarina Fontaine, que conhecia cada uma das pedras onde pisava e que podia ir à igreja de olhos fechados, alcançou, sem dificuldade, a esquina da Rua das Freiras com a Rua da Paróquia, no ponto onde se ergue a casa de madeira que exibe uma árvore de Jessé, esculpida numa volumosa trave. Tendo alcançado esse local, ela viu que as portas da igreja estavam abertas e que deixavam sair uma grande claridade de círios. Continuou a caminhar e, tendo entrado, encontrou-se numa reunião, que enchia a igreja. Ela, porém, não reconhecia nenhum dos presentes, e estava surpresa ao ver - aquelas pessoas trajadas de veludo e de- brocado, - plumas no chapéu e trazendo espada, à maneira dos tempos de antanho. Havia senhoras que seguravam longas bolsas de castão de ouro e damas com toucados de nadas, presos com um pente em diadema. Cavaleiros de e Luís davam a mão a essas senhoras, que escondiam atrás do leque um rosto pintado, do qual só era visível um sinal no canto dos olhos! E todos iam colocar-se em seu lugar, sem o menor ruído, e não se ouvia, enquanto andavam, nem o som dos passos no lajedo, nem o roçagar dos tecidos.

As naves laterais enchiam-se de multidão de jovens artesãos, de casaco pardo. Calções de fustão e meias azuis, que seguravam pela cintura raparigas lindíssimas, rosadas, que conservavam os olhos baixos. E, junto ás pias de água benta, camponesas de saia vermelha e corpinho de atar, sentavam-se no chão com a tranqüilidade dos animais domésticos. Enquanto uns mocetões, de pé atrás delas, - alavam os olhos, rodando o chapéu nos dedos. E todas aquelas fisionomias silenciosas pareciam imobilizadas para sempre, no mesmo pensamento, suave e triste. Ajoelhada em seu lugar costumeiro, Catarina Fontaine viu o sacerdote caminhar para o altar, precedido por dois acólitos. Não reconheceu nem o sacerdote, nem os ajudantes. Começou a missa. Era uma silenciosa missa, na qual não se ouvia absolutamente o som dos lábios que se agitavam, nem o rumor da sineta agitada inutilmente. Catarina Fontaine sentia-se sob o olhar e sob a influência de seu misterioso vizinho e, tendo olhado, sem quase volver a cabeça reconheceu o jovem cavaleiro d'Aumont-Cléry, que a havia amado e que morrera fazia quarenta e cinco anos. Reconheceu-o por um sinalzinho que ele possuía sob a Orelha esquerda e, principalmente, pelo sombreado dos longos cílios negros em seu rosto. Vestia o traje de caça, com botões dourados, que ele usara no dia em que tendo-a encontrado no bosque de São Bernardo, roubara-lhe um beijo. Conservava a Sua Mocidade e seu bom aspecto. Seu sorriso ainda mostrava uma dentadura de jovem lobo. Catarina disse-lhe, baixinho:

Senhor, vós que fostes meu amigo e a quem dei outrora o que uma jovem possui de mais precioso, Deus vos tenha em sua graça! Possa ele me inspirar, finalmente, o pesar pelo pecado que cometi convosco: porque é verdade que, de cabelos brancos e próxima da morte, ainda não me arrependo de vos ter amado. Mas, finado amigo, meu belo senhor, diga-me, quem são essas pessoas trajadas à maneira antiga, que estão assistindo aqui a esta silenciosa missa.

O cavaleiro d'Aumont-Cléry respondeu com uma voz mais débil que um sopro e, não obstante, mais clara que o cristal:

— Catarina, esses homens e essas mulheres são almas do purgatório, que ofenderam a Deus, pecando, a nosso exemplo, pelo amor das criaturas, mas que nem por isso estão desligadas de Deus, porque seu pecado foi, a exemplo do nosso, sem maldade. Enquanto separadas daqueles que amavam sobre a terra, elas se purificam no fogo do purgatório, padecem as dores da ausência, e para elas esse sofrimento é o mais cruel. São tão infelizes que um anjo do céu se apiedou de seu martírio de amor. Com o consentimento de Deus, reúne todos os anos, durante uma hora da noite, o amigo à amiga em sua igreja paroquial, onde lhes é permitido assistir à missa das sombras, segurando-se pela mão. Esta é a verdade. Se me foi permitido ver-te aqui antes de tua morte, Catarina, tal coisa não se realizou sem a permissão de Deus. E Catarina Fontaine lhe respondeu:

— Bem desejaria morrer para voltar a ser formosa como nos dias, meu finado senhor, em que te dava de beber na floresta.

Enquanto falavam assim, baixinho, um cônego muito idoso recolhia as esmolas e apresentava uma grande salva de cobre aos presentes, que ali deixavam cair sucessivamente moedas antigas, desde muito tempo fora de circulação: escudos de seis libras, florins, ducados, nobres com a rosa, e as moedas caíam em silêncio.

Quando a salva de cobre lhe foi apresentada, o cavaleiro depositou um luís, que não fez mais ruído que as outras moedas de ouro ou de prata.

Depois, o velho cônego parou em frente de Catarina Fontaine, que procurou em seu bolso, sem nele encontrar, um real. Então, não desejando recusar sua dádiva, tirou do dedo o anel que o cavaleiro lhe dera na véspera de sua morte, e atirou-o na concha de cobre. O anel de ouro, ao cair ressoou como um pesado badalo de sino e, ao ruído atroador que ele fez, o cavaleiro, o cônego, o oficiante, os agitaram, as damas, os cavaleiros, toda a assistência desapareceu; os círios se apagaram e Catarina Fontaine ficou sozinha nas Trevas".

Tendo concluído assim sua narrativa, o sacristão bebeu um grande copo de vinho, ficou um instante a meditar e depois prosseguiu, nestes termos:

— Contei-lhe esta história exatamente como a ouvi muitas vezes de meu pai e creio que é verdadeira, porque corresponde a tudo o que tenho observado das maneiras e dos costumes peculiares dos defuntos.

— Convivi com os mortos, desde minha infância, e sei que eles costumam voltar a seus amores.

— É por isso que os mortos avarentos vagam, à noite, nas proximidades dos tesouros que eles esconderam durante a vida. Montam boa guarda à volta de seu ouro; mas os cuidados que eles tomam, longe de lhes servirem, prejudicam-nos, e não é raro descobrir-se dinheiro enterrado na terra, pesquisando-se o sítio freqüentado por um fantasma. Da mesma forma, os finados maridos vêm atormentar, à noite, suas mulheres, casadas em segundas núpcias, e eu poderia indicar muitos que vigiaram melhor suas esposas depois de mortos do que o haviam feito em vida..

Esses são dignos de censura, porque, em boa justiça, os defuntos não deveriam ser ciumentos. Mas lhe estou contando o que tenho observado. Por isso é que se deve ter cuidado quando se desposa uma viúva. Aliás, a história que lhe relatei tem sua comprovação no seguinte fato:

Na manhã seguinte a essa noite extraordinária, Catarina Fontaine foi encontrada morta em seu quarto. E o padre de Santa Eulália encontrou, na salva de cobre que servia para o peditório, um anel de ouro, com duas mãos entrelaçadas. Aliás, não sou homem que conte histórias para fazer rir. E se pedíssemos outra garrafa de vinho?..."